Feminicídio em Campo Grande: mulher é esfaqueada e carbonizada pelo companheiro antes de incêndio em residência

Investigação aponta que Anderson Cylis matou Gisele da Silva Saochine a facadas e incendiou a casa no bairro Monte Castelo, em Campo Grande; caso é apurado como feminicídio seguido de suicídio.

Por Karol Peralta

A Polícia Civil investiga um feminicídio seguido de suicídio registrado na noite de quinta-feira (2), no bairro Monte Castelo, em Campo Grande. A vítima foi identificada como Gisele da Silva Saochine, de 41 anos, que, segundo apuração inicial, foi esfaqueada pelo companheiro, Anderson Cylis Saochine Rezende, de 43 anos, antes de ter o corpo carbonizado dentro da residência incendiada pelo próprio autor.

O crime ocorreu por volta das 19h, na Rua Rio Pardo, onde o casal morava há anos. Equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram acionadas após vizinhos perceberem as chamas. No local, os militares encontraram o corpo de Anderson dentro do carro que estava na garagem, em chamas, e, no quarto do casal, o corpo de Gisele, também carbonizado.

De acordo com a investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Gisele foi esfaqueada e depois arrastada até o quarto, onde foi encontrada morta. No quintal, a perícia localizou marcas de sangue, uma faca e recipientes com álcool e diluidores de tinta, indicando que o fogo foi provocado com produtos inflamáveis.

Vizinhança em choque

Um vizinho, que preferiu não se identificar, relatou que o casal era visto como tranquilo.

“Nunca vi briga ou discussão entre eles. Nem sabia que estavam em processo de separação. A gente fica sem entender, era um casal evangélico e muito calmo”, disse.

Ele acrescentou que Anderson trabalhava com móveis planejados, pedalava nos fins de semana e Gisele atuava como manicure, além de estar cursando enfermagem.

Resgate e investigação

Segundo os bombeiros, 11 militares atuaram no combate às chamas, utilizando quatro viaturas e aproximadamente 3 mil litros de água. O fogo se espalhou rapidamente e chegou a derrubar parte do telhado do imóvel.

A filha do casal, de 16 anos, não estava em casa no momento do crime. Ao chegar da escola, encontrou a rua interditada e foi quem abriu o portão para que as equipes de resgate pudessem entrar.

Testemunhas já começaram a ser ouvidas nesta sexta-feira (3). O caso foi registrado como feminicídio e suicídio.

Dados alarmantes

Com a morte de Gisele, Mato Grosso do Sul soma 27 feminicídios em 2025, sendo cinco apenas em Campo Grande. Os números reforçam a preocupação das autoridades com o avanço da violência contra a mulher no Estado.

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