Zelensky oferece cooperação a Polônia e parceiros da Otan para combater drones e mísseis russos; Alemanha defende integração da indústria de defesa europeia

Por Karol Peralta
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta segunda-feira (29) que a Ucrânia se oferece para construir um escudo de defesa aérea conjunto com aliados, visando proteger a região contra ameaças russas. A declaração foi feita durante o Fórum de Segurança de Varsóvia, transmitido por videoconferência.
A proposta ocorre após uma série de incursões no espaço aéreo que geraram preocupação na região leste da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Zelensky destacou que a experiência de Kiev no combate a ameaças aéreas seria estratégica para reforçar a proteção da aliança.
“A Ucrânia propõe à Polônia e a todos os nossos parceiros a construção de um escudo conjunto e totalmente confiável contra ameaças aéreas russas”, afirmou Zelensky.
“Isso é possível. A Ucrânia pode combater todos os tipos de drones e mísseis russos e, se agirmos juntos na região, teremos armas e capacidade de produção suficientes”, acrescentou.
Além disso, Kiev indicou que tropas e engenheiros ucranianos treinarão os colegas poloneses em técnicas de combate a drones, reforçando a integração militar na região.
O tema da cooperação em defesa foi prioridade na agenda dos líderes presentes no fórum. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou que as indústrias de defesa da Europa e da Ucrânia precisam trabalhar juntas de forma mais estreita e eficaz.
“A UE precisa apoiar isso, fornecendo uma estrutura regulatória muito mais flexível para a indústria de defesa na Europa”, destacou Pistorius.
Os países da região leste da Otan, impactados pelas incursões russas, concordaram sobre a necessidade de um “muro de drones” com tecnologias avançadas de detecção, rastreamento e interceptação. Entretanto, o ministro alemão alertou que a implementação não será imediata:
“Não estamos falando de um conceito que será concretizado nos próximos três ou quatro anos. Precisamos priorizar e reconhecer que precisamos de mais capacidades do que as descritas anteriormente.”
A iniciativa ucraniana reforça o compromisso de Kiev com a defesa coletiva da Otan e destaca a importância da cooperação tecnológica e militar entre aliados para enfrentar ameaças emergentes na Europa Oriental.





