Clássico de Edward Albee, vencedor do Prêmio Pulitzer, será apresentado no Teatro Glauce Rocha em três sessões com as atrizes Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre.

Por Karol Peralta
A consagrada peça “Três Mulheres Altas”, escrita por Edward Albee (1928-2016) e vencedora do Prêmio Pulitzer, chega a Campo Grande para três apresentações no Teatro Glauce Rocha. O espetáculo já percorreu 13 cidades brasileiras, foi assistido por mais de 70 mil espectadores e segue em seu quarto ano consecutivo em cartaz, colecionando plateias lotadas e indicações a prêmios como Cesgranrio, Bibi Ferreira e Cenym.
Elenco e direção
A nova montagem tem direção de Fernando Philbert, tradução de Gustavo Pinheiro e produção da WB Entretenimento, de Bruna Dornellas e Wesley Telles. O elenco reúne três grandes atrizes: Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, que interpretam, respectivamente, as personagens A, B e C — três mulheres em diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice.
Enredo
A mais velha (Ana Rosa), com mais de 90 anos e debilitada, mistura memórias e reflexões enquanto repassa sua vida à personagem B (Helena Ranaldi), apresentada como cuidadora e confidente. A mais jovem (Fernanda Nobre), advogada responsável por administrar os bens da idosa, representa a racionalidade diante da fragilidade da velhice.
Entre diálogos e embates, o espetáculo tem como grande protagonista a passagem do tempo e a forma como cada fase da vida é encarada. Apesar da densidade do tema, a peça se apresenta como uma comédia mordaz, marca do autor, que provoca reflexões sobre envelhecimento, relações familiares, machismo, desejo e pressões sociais.
Atualidade do texto
Escrito no início da década de 1990, “Três Mulheres Altas” logo se tornou um clássico da dramaturgia contemporânea. No Brasil, a última montagem havia sido realizada em 1994, pouco depois da estreia em Nova York. Para Philbert e as atrizes, a nova versão dialoga com as transformações comportamentais e políticas recentes, trazendo uma leitura atualizada da obra e reforçando a relevância das questões femininas discutidas nos dois atos.
“O texto do Albee nos faz refletir sobre qual é a melhor fase da vida. A juventude que olha com impaciência para a velhice, a maturidade que acredita já ter todas as respostas e, sobretudo, o que fazemos com o tempo que nos resta. Apesar de tratar de temas profundos, a peça é uma comédia em que rimos de nós mesmos”, analisa o diretor Fernando Philbert.
Circuito Cultural Bradesco Seguros
O espetáculo integra o Circuito Cultural Bradesco Seguros, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Bradesco Seguros, por meio da Lei Rouanet. A iniciativa tem histórico de apoio a projetos nas áreas de teatro, música, literatura, artes plásticas e dança em todo o Brasil.
Entre os grandes sucessos já incentivados estão os musicais “Bibi – Uma vida em musical”, “Bem Sertanejo”, “Les Misérables”, “Cinderela”, “O Fantasma da Ópera”, “A Cor Púrpura”, além de espetáculos como “70 – Década do Divino Maravilhoso” e “Concerto para Dois”.
Próximas cidades
Depois de Campo Grande, a turnê de “Três Mulheres Altas” segue por Brasília (DF), Santos (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Ribeirão Preto (SP), totalizando 21 apresentações em diferentes regiões do Brasil.
O espetáculo promete emocionar e provocar o público sul-mato-grossense, reafirmando o lugar da obra de Albee como um dos grandes textos do teatro contemporâneo mundial.





