Brasil lidera debate global sobre alimentação escolar na 2ª Cúpula em Fortaleza

Encontro reuniu delegações de 80 países e reforçou o papel do Brasil e do PNAE como referência mundial no combate à fome e promoção da educação

Por Karol Peralta

A 2ª Cúpula Global da Coalizão para Alimentação Escolar, realizada entre os dias 18 e 19 de setembro, em Fortaleza (CE), consolidou o Brasil como referência internacional no tema. O evento reuniu delegações de 80 países e mais de 1.500 participantes, destacando o papel do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no combate à fome e na promoção da educação.

Em entrevista à Voz do Brasil, na última terça-feira (23), a presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Fernanda Pacobahyba, ressaltou a relevância da política pública que une nutrição e aprendizagem.

“Nossa meta na Coalizão Global é garantir que 724 milhões de crianças até 2030 tenham acesso a pelo menos uma refeição saudável e nutritiva de qualidade por dia. O PNAE brasileiro garante cerca de 50 milhões de refeições diárias a quase 40 milhões de estudantes. Não existe educação com a criança com fome”, afirmou.

Segundo Fernanda, o programa não apenas combate a insegurança alimentar, mas também contribui para o crescimento, a formação de hábitos alimentares e o rendimento escolar dos estudantes. “Queremos que o PNAE continue sendo o maior programa do planeta, inspirando avanços aqui e no mundo todo”, completou.

Relatório internacional aponta avanços

Durante o encontro, foi apresentado o relatório “O Estado da Alimentação Escolar 2024”, que revelou progressos significativos no atendimento global às crianças. Atualmente, cerca de 466 milhões de estudantes recebem refeições nas escolas — um aumento de quase 80 milhões em relação a quatro anos atrás.

Outro dado destacado foi que quase 60% desse avanço ocorreu em países de baixa renda, especialmente na África. Para Fernanda, os resultados confirmam a importância da alimentação escolar como ferramenta estratégica de políticas públicas.

“O Brasil é líder desse movimento, ao lado de França e Finlândia, e tem todos os méritos nessa conquista”, avaliou.

Participação do governo e organismos internacionais

A cúpula foi organizada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Secretariado da Coalizão para a Alimentação Escolar, sediado pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU).

O evento contou com a presença de autoridades brasileiras, como o ministro da Educação, Camilo Santana, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçando o protagonismo do Brasil na agenda internacional.

Como funciona o PNAE

O Programa Nacional de Alimentação Escolar é operacionalizado pelo FNDE, que repassa recursos financeiros de forma automática, em até 10 parcelas anuais, às secretarias estaduais e municipais de educação. Para as escolas federais, há destaque de créditos orçamentários em parcela única.

Os valores variam de acordo com a etapa de ensino e a localização da escola, e pelo menos 30% dos recursos devem ser destinados à compra de gêneros alimentícios da agricultura familiar, fortalecendo a economia local e incentivando práticas sustentáveis.

Compromisso global

A 2ª Cúpula Global reforçou que a alimentação escolar é uma das ferramentas mais poderosas para combater a fome, reduzir desigualdades e melhorar os índices educacionais. Com sua experiência e resultados expressivos, o Brasil segue na liderança dessa agenda, inspirando países em todo o mundo.

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