Sairé 2025 em Santarém celebra fé e cultura amazônica com apoio de R$ 2,6 milhões do Ministério do Turismo

Evento tradicional da Amazônia movimenta a economia criativa, gera renda para comunidades locais e atrai mais de 100 mil visitantes ao distrito de Alter do Chão.

Por Karol Peralta

O distrito de Alter do Chão, em Santarém (PA), se prepara para receber o Sairé 2025, uma das mais antigas e emblemáticas manifestações culturais da Amazônia. Entre os dias 18 e 22 de setembro, a festividade reunirá fé, cultura e identidade amazônica, atraindo visitantes do Brasil e do mundo e movimentando a economia regional.

Nesta edição, o evento conta com o apoio de R$ 2,6 milhões do Ministério do Turismo, recursos destinados à infraestrutura, promoção e logística. O investimento busca fortalecer o turismo cultural, gerar emprego e renda para as comunidades locais e ampliar a visibilidade internacional da Amazônia como destino turístico.

Com mais de 300 anos de história, o Sairé nasceu do sincretismo entre tradições católicas e indígenas. A programação mantém rituais que atravessam gerações, como a Ladainha, a Folia do Divino e a tradicional Disputa dos Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, considerada o ponto alto da celebração.

Para o líder comunitário Dinael Arapiun, da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, o festejo vai além da religiosidade:
“Cada visitante movimenta o turismo, valoriza nosso artesanato e ajuda a manter viva a tradição. Com o apoio do Ministério do Turismo, conseguimos mostrar nosso trabalho para o Brasil e para o mundo”, destacou.

A festividade também tem impacto direto no fortalecimento da economia criativa. A artesã Marilene Figueiredo, que há uma década produz aromas da floresta, ressalta os resultados:
“O Sairé trouxe uma visibilidade enorme. Muitos clientes conhecem nossos produtos durante a festa e continuam comprando depois, garantindo renda para várias famílias. Esse apoio do Ministério do Turismo é fundamental para que o artesanato regional cresça e conquiste novos mercados”, afirmou.

Já a indígena Andrea Arapiun, da Aldeia Braço Grande, enfatiza o papel do artesanato como instrumento de autonomia feminina:
“Cada peça carrega a história e a força das mulheres da comunidade. Com o turismo comunitário e o apoio do Ministério do Turismo, conseguimos renda, oportunidades e preservamos a cultura e a floresta para as próximas gerações”, comemorou.

Turismo e visibilidade internacional

A expectativa da organização é que o Sairé 2025 receba mais de 100 mil visitantes, que poderão acompanhar rituais religiosos, apresentações culturais, feira de artesanato, gastronomia típica e shows musicais.

O Ministério do Turismo reforça que o apoio ao festejo amplia a visibilidade do evento, promove o turismo de base comunitária e fortalece a economia criativa local. Os investimentos incluem desde a infraestrutura até a capacitação de profissionais que atuam diretamente com o público.

“Estamos fortalecendo uma das manifestações culturais mais importantes da Amazônia, unindo preservação das tradições, sustentabilidade e geração de emprego e renda. O Sairé é um exemplo de como o turismo pode transformar realidades locais”, destacou o órgão em nota.

Tradição, fé e desenvolvimento sustentável

Realizado todos os anos em Alter do Chão, o Sairé reafirma sua importância como símbolo da identidade amazônica. Para além da religiosidade, a festividade se consolida como um vetor de desenvolvimento sustentável, promovendo a integração entre cultura, turismo e preservação ambiental.

Com o apoio governamental e a participação ativa das comunidades locais, o Sairé 2025 promete ser um marco para Santarém e para toda a região amazônica, reafirmando a força de uma tradição que resiste há mais de três séculos.

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