Nova plataforma do Crédito do Trabalhador promete juros mais baixos e mais transparência; expectativa é migrar R$ 40 bilhões até outubro

Por Karol Peralta
O balanço foi divulgado pelo secretário de Políticas de Proteção ao Trabalhador, Carlos Augusto Simões Gonçalves. Segundo ele, a expectativa é que a migração alcance R$ 40 bilhões em contratos até outubro, quando o processo estará em fase final.
A mudança atinge contratos de funcionários que trabalhavam em empresas conveniadas a bancos para oferecer consignados com desconto direto no salário. Esse modelo será totalmente extinto em novembro, dando lugar à plataforma digital.
Atualmente, o novo programa conta com 122 instituições financeiras habilitadas, das quais 64 já estão operando.
Juros mais baixos e mais transparência
O secretário destacou que o novo modelo traz vantagens em relação às modalidades tradicionais.
“Enquanto a taxa de juros nos empréstimos pessoais se manteve próxima a 11% ao mês, o Crédito do Trabalhador apresenta uma taxa média de 3,42% ao mês”, afirmou Carlos Augusto.
A migração das operações antigas está sendo realizada pela Dataprev, empresa estatal responsável pela tecnologia da plataforma, contratada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Como funciona o Crédito do Trabalhador
O sistema está disponível no aplicativo Carteira de Trabalho Digital e na página de mesmo nome na internet. O trabalhador deve autorizar o compartilhamento de seus dados (como CPF, tempo de empresa e margem disponível).
A partir daí, em até 24 horas, os bancos apresentam ofertas de crédito. O trabalhador escolhe a proposta com melhores condições e as parcelas passam a ser descontadas diretamente da folha de pagamento. Pela regra, até 35% da renda mensal pode ser comprometida com o empréstimo.
Como pedir a portabilidade
- Verifique se o banco de destino oferece o novo consignado para CLT;
- Solicite a portabilidade nos canais digitais da instituição (site ou aplicativo);
- A partir de 21 de agosto, a portabilidade também pode ser pedida diretamente no aplicativo Carteira de Trabalho Digital, em processo gradual até novembro;
- A nova instituição quita a dívida anterior e assume o crédito automaticamente, com juros e prazos da nova linha.
Transição até novembro
O Governo Federal reforça que a migração é obrigatória e que todos os contratos antigos de consignado de convênio precisam ser adaptados à nova modalidade até novembro de 2025.
A expectativa é que, além de reduzir custos para os trabalhadores, a mudança aumente a transparência e dificulte abusos praticados por bancos e financeiras.





