Pedido de investigação por obstrução de Justiça envolve suposto lobby do governador de São Paulo em Brasília durante julgamento da trama golpista de Bolsonaro.

Por Karol Peralta
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste em até cinco dias sobre um pedido de abertura de investigação contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
O pedido foi protocolado na Corte pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que solicita apuração de possíveis crimes de obstrução de Justiça cometidos pelo governador. Segundo Falcão, Tarcísio teria se deslocado a Brasília na semana passada, durante o julgamento da chamada trama golpista, com o objetivo de articular a votação da anistia no Congresso Nacional para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos réus condenados no caso.
Pedidos do deputado
Além da investigação sobre o suposto crime de obstrução de Justiça, Rui Falcão requereu que fossem analisados:
- Gastos do governador com viagens relacionadas às reuniões pró-anistia;
- Proibição de Tarcísio deixar o país;
- Suspensão do passaporte;
- Proibição de contato com investigados na trama golpista, incluindo Bolsonaro;
- Abstenção de pressionar o STF durante os julgamentos, sob pena de prisão.
O deputado argumenta que tais medidas seriam necessárias para garantir a lisura dos procedimentos judiciais e evitar interferência política nos julgamentos da Corte.
Outro lado
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria do governador, mas ainda não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações.
Contexto
O caso envolve uma disputa política delicada, com possíveis repercussões jurídicas e políticas, especialmente no cenário de tensões entre o Executivo estadual e a Justiça Federal. A decisão do ministro Moraes estabelece um prazo curto para a PGR se posicionar, sinalizando a urgência e relevância do caso para o STF.