Queda de preços foi mais significativa em Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro e Campo Grande; já capitais do Nordeste lideraram altas

Por Karol Peralta
O valor da cesta básica de alimentos diminuiu em 15 das 27 capitais brasileiras em julho, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As reduções mais relevantes foram observadas em Florianópolis (-2,64%), Curitiba (-2,40%), Rio de Janeiro (-2,33%) e Campo Grande (-2,18%).
Na capital sul-mato-grossense, a cesta passou a custar R$ 775,76, ocupando a sexta posição entre as mais caras do país. Apesar da queda mensal, o custo acumulado nos últimos 12 meses ainda mostra alta de 5,26%.
Capitais do Nordeste lideram altas
Enquanto parte do país registrou retração, algumas capitais, especialmente do Nordeste, tiveram aumento no custo da cesta. Recife (2,80%), Maceió (2,09%) e Aracaju (2,02%) lideraram as altas.
No ranking nacional, São Paulo segue como a capital com a cesta mais cara (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48).
Já os menores valores foram encontrados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
Campo Grande: queda nos preços da batata, arroz e café
Entre os 13 produtos analisados em Campo Grande, 9 apresentaram queda de preço em julho. As reduções mais expressivas foram em:
- Batata (-28,52%)
- Banana (-4,10%)
- Arroz agulhinha (-4,09%)
- Açúcar cristal (-3,69%)
- Café em pó (-2,95%)
Por outro lado, alguns alimentos ficaram mais caros, como o óleo de soja (2,96%), o pão francês (0,97%) e o tomate (0,37%).
No acumulado de 12 meses, a batata (-60,53%) e o arroz (-24,48%) apresentaram fortes quedas, mas o café em pó (+90,06%) e o tomate (+62,62%) pesaram no orçamento.
Salário mínimo e poder de compra
Com base na cesta mais cara, em São Paulo, o DIEESE calcula mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em julho de 2025, o valor estimado foi de R$ 7.274,43, equivalente a 4,79 vezes o mínimo em vigor (R$ 1.518,00).
Em Campo Grande, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou de 112 horas e 26 minutos de trabalho para adquirir a cesta básica em julho. Isso correspondeu a 55,25% da renda líquida, após descontos da Previdência Social.
Panorama nacional e abastecimento
A pesquisa também mostrou que, entre junho e julho, itens como batata, arroz, feijão e café em pó tiveram queda generalizada de preços em diversas capitais, favorecidos pelo aumento da oferta. Já produtos como carne bovina, açúcar e óleo de soja tiveram comportamento variado, dependendo da região.
Segundo a Conab e o DIEESE, o monitoramento mensal da cesta básica é essencial para acompanhar o custo de vida da população e subsidiar políticas públicas ligadas à segurança alimentar.