Durante reunião em Campo Grande, lideranças do Partido dos Trabalhadores confirmaram o rompimento com o governador Eduardo Riedel e anunciaram articulação para lançar Fábio Trad como candidato ao Governo de Mato Grosso do Sul nas eleições de 2026.

Por Karol Peralta
O Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso do Sul decidiu, por unanimidade, romper a aliança com o governador Eduardo Riedel (PSDB). A decisão foi tomada nesta sexta-feira (8), durante reunião da executiva estadual do PT em Campo Grande, e inclui a articulação para lançar o ex-deputado federal Fábio Trad como candidato ao governo de Mato Grosso do Sul nas eleições de 2026.
O encontro contou com a presença de parlamentares e dirigentes da legenda, que defenderam a construção de um palanque próprio em MS. O vereador Landmark Rios afirmou que a ruptura fortalece a organização interna do partido para disputar cargos no Legislativo e no Executivo nas próximas eleições. “O PT está consciente e se preparando para organizar o seu palanque político em Mato Grosso do Sul, com candidaturas a deputado estadual, deputado federal, Senado e Governo do Estado”, declarou.
De acordo com Rios, a sigla pretende trazer Fábio Trad para a disputa. “Estamos organizando e preparando a vinda dele, vamos fazer esse debate”, disse.
Mudança de cenário político em Mato Grosso do Sul
O presidente do diretório estadual do PT, Vladimir Ferreira, explicou que a aliança com Eduardo Riedel foi formada em 2022, no segundo turno, para evitar a vitória da extrema-direita em MS. Na época, o partido participou do governo estadual como parte de uma frente em defesa da democracia.
Segundo Ferreira, esse alinhamento deixou de existir após Riedel e outras lideranças do PSDB de Mato Grosso do Sul se aproximarem de pautas e figuras associadas ao campo político derrotado pelo PT nas últimas eleições. “Essa relação se esgotou. A partir deste momento, o PT vai construir um projeto que represente, em Mato Grosso do Sul, o projeto nacional liderado pelo presidente Lula”, afirmou.
O deputado federal Vander Loubet, que assumirá em breve a presidência estadual do PT-MS, disse que a saída do governo de MS não prejudicará investimentos, já que a maior parte dos recursos federais para Mato Grosso do Sul é garantida independentemente da aliança política. Para ele, o ponto de ruptura foi a carta assinada por Riedel em solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo Loubet, fere princípios defendidos pelo PT.
Repercussões internas no PT-MS
A deputada federal Camila Jara afirmou que a decisão deixará mais evidente para a população quais obras e programas no Estado são resultado de ações do Partido dos Trabalhadores em parceria com o governo federal de Lula. “Eles vão ter que se esforçar para mostrar o que o governo estadual entregou sozinho, sem a parceria do governo Lula. E lanço o desafio para que mostrem também o que o governo Bolsonaro entregou para MS”, disse.
O PT-MS informou que a saída oficial do governo será comunicada assim que o governador retornar de viagem. Para o dia 30 de agosto, está previsto um encontro partidário em Mato Grosso do Sul para definir estratégias e buscar apoio de outras legendas alinhadas ao presidente Lula.

Participantes da reunião do PT-MS
Além de Vladimir Ferreira, Vander Loubet, Camila Jara e Landmark Rios, participaram da reunião o deputado estadual Pedro Kemp, a deputada estadual Gleice Jane, o deputado estadual Zeca do PT, o presidente do diretório municipal de Campo Grande, Agamenon do Prado, e o ex-deputado Humberto Amaducci, entre outros.
A movimentação marca o início de um novo ciclo político para o Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul, com foco na construção de uma candidatura própria ao governo estadual para tentar retomar o comando do Estado em 2026.