Recursos não reembolsáveis vão fortalecer Corpos de Bombeiros e brigadas florestais em seis estados e no DF, além da Força Nacional, com foco na prevenção e resposta a queimadas em 2025

Por Karol Peralta
O Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aprovou um investimento de R$ 150 milhões em recursos não reembolsáveis do Fundo Amazônia para reforçar a prevenção e o combate a incêndios florestais nos biomas do Cerrado e do Pantanal.
A medida, anunciada no fim da semana passada, marca a expansão da atuação do Fundo Amazônia — tradicionalmente voltado à Amazônia Legal — para outros biomas. O projeto “Manejo Integrado do Fogo” é o primeiro voltado especificamente para o Cerrado e o Pantanal, e beneficiará os estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e o Distrito Federal, além da Força Nacional de Segurança Pública.
Reforço estratégico
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o apoio do Fundo Amazônia será essencial para fortalecer os Corpos de Bombeiros estaduais com equipamentos modernos, como caminhões-tanque, bombas costais e drones. “Para que o Brasil tenha uma governança do fogo à altura dos desafios impostos pela mudança do clima, é crucial que todos os entes federativos estejam fortalecidos em suas capacidades”, destacou.
Estruturação e distribuição
Entre os equipamentos que serão adquiridos estão: caminhonetes 4×4 com kits de combate a incêndios, bombas costais, sopradores, drones, GPS portáteis, notebooks e veículos especializados como Auto Bomba Tanque Florestal (ABTF), Auto Bomba Tanque e Salvamento (ABTS-1), guinchos e veículos de carga. Os estados beneficiados precisarão firmar acordos com o Ministério da Justiça, comprometendo-se a utilizar os equipamentos exclusivamente para ações de combate ao fogo.
Monitoramento e resposta emergencial
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, alertou para a gravidade da situação enfrentada em 2024, com queimadas que destruíram 9,7 milhões de hectares no Cerrado e 1,9 milhão no Pantanal. “Estamos ampliando as ações de monitoramento e controle diante do cenário crítico vivido neste ano e da previsão de eventos extremos para 2025”, afirmou.
Inteligência compartilhada
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ressaltou que o governo está se antecipando ao problema. “Vamos seguir protegendo nossos biomas em um esforço conjunto, com inteligência compartilhada e integração entre Governo Federal, forças policiais e bombeiros”, afirmou. O ministério também apresentou um projeto de lei que torna mais rígidas as penas para incêndios criminosos, atualmente em tramitação no Congresso.
Três frentes de ação
O projeto “Manejo Integrado do Fogo” atuará em três eixos principais:
- Brigadas Florestais: Apoio a grupos formados por moradores locais treinados, com fornecimento de equipamentos de proteção individual e kits de combate.
- Corpos de Bombeiros Militares: Reforço da estrutura com veículos e equipamentos como caminhonetes 4×4, ABTF, bombas costais, GPS e drones.
- Força Nacional: Ampliação da capacidade de atuação em apoio aos estados, com aquisição de veículos, guinchos, drones e outros recursos logísticos.
Expansão do Fundo Amazônia
Desde 2023, o Fundo Amazônia já destinou R$ 405 milhões para apoiar bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal. Com a nova aprovação, o fundo amplia sua missão de formar uma política integrada de prevenção e controle do fogo nos principais biomas brasileiros, com base científica e coordenação federativa.