Vice-presidente destaca esforço diplomático para impedir taxação de produtos brasileiros anunciada por Trump a partir de 1º de agosto

Por Karol Peralta
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (15) que o governo federal trabalha para evitar a aplicação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump para vigorar a partir de 1º de agosto.
A declaração foi dada após reuniões com representantes da indústria e do agronegócio, promovidas pelo Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais. O grupo foi criado por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para coordenar a resposta a medidas tarifárias unilaterais adotadas por outros países ou blocos econômicos contra o Brasil.
Alckmin enfatizou que o objetivo do governo é buscar uma solução até o fim deste mês. “Houve uma colocação aqui de que o prazo é exíguo, pedindo um prazo maior. Mas a ideia do governo é procurar resolver até o dia 31 de julho”, afirmou.
As negociações continuarão nos próximos dias, com a realização de novas reuniões com representantes de outros setores produtivos e de trabalhadores. Também estão previstas conversas com empresas norte-americanas, por meio da Amcham – Câmara Americana de Comércio para o Brasil.
Durante coletiva de imprensa, Alckmin ressaltou que cadeias produtivas integradas entre os dois países podem ser impactadas pela medida, afetando também o setor produtivo dos Estados Unidos. “Vamos trabalhar também com os empresários americanos, mostrando que isso traz prejuízos não só para o Brasil, mas para os próprios consumidores e empresas dos EUA”, disse.
O vice-presidente também citou o superávit norte-americano na balança comercial com o Brasil. No primeiro semestre de 2025, enquanto as exportações brasileiras cresceram 4,3%, as importações de produtos dos Estados Unidos subiram 11%.
A reunião contou com a presença de ministros da Casa Civil, Agricultura, Portos e Aeroportos, Pesca e Aquicultura, Relações Institucionais e do Itamaraty. Do lado do setor privado, participaram representantes de cadeias produtivas como café, frutas, pescados e carne bovina.





