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Taxação dos EUA preocupa setor produtivo de MS e ameaça exportações de carne e celulose

Nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros gera reação de indústrias em MS, que temem queda de investimentos, perda de mercado e impacto na geração de empregos

Por Karol Peralta

A imposição de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos causou forte reação no setor produtivo de Mato Grosso do Sul, um dos principais exportadores do país. A medida, que passa a valer a partir de 1º de agosto, atinge diretamente as exportações de carne bovina, ferro fundido e celulose, produtos que juntos representam mais de 80% das vendas externas do estado para o mercado norte-americano.

De acordo com dados da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS), os EUA foram o segundo maior destino das exportações sul-mato-grossenses no primeiro semestre de 2025, atrás apenas da China. Entre janeiro e junho, foram exportados US$ 315,9 milhões em produtos ao país, um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A carne bovina desossada e congelada, sozinha, representou 45,2% do total das exportações estaduais aos EUA, somando mais de US$ 142 milhões. Agora, com a nova taxação, o setor teme uma queda brusca na competitividade, o que pode gerar recuo na produção, corte de investimentos e demissões.

A indústria de celulose também demonstrou preocupação. As exportações de pasta química de madeira para os EUA alcançaram US$ 1,7 bilhão no primeiro semestre, alta de 65,2% comparada a 2024. O setor vê na medida uma ameaça ao crescimento acelerado observado nos últimos anos.

Impactos imediatos

Para o analista de comércio exterior Aldo Barigosse, a perda de competitividade é o principal risco trazido pela nova tarifa. Segundo ele, com o aumento de custos no mercado norte-americano, a carne brasileira poderá ser redirecionada a outros países, o que ampliaria a oferta global e provocaria queda nos preços.

“Podemos ter impacto direto na mão de obra dessas indústrias e menor investimento, se elas começarem a perder mercado. São reflexos negativos que tendem a atingir o setor produtivo”, explica Barigosse.

A preocupação já atinge os frigoríficos. De acordo com Marcelo Bertoni, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), o setor já observa paralisações.

“Recebemos uma taxação infundada, que vai trazer pra nós, provavelmente, alguns problemas. Os frigoríficos já saíram das compras. Provavelmente só vão voltar a operar na próxima semana com preços abaixo do praticado”, alertou.

Pressão por negociação

A taxação não foi totalmente inesperada. Em abril, o governo dos EUA, sob a gestão de Donald Trump, já havia aplicado uma tarifa extra de 10% sobre produtos brasileiros. À época, a medida foi considerada aceitável, e o governo brasileiro buscava reverter o aumento via diálogo.

Agora, com o novo aumento, líderes empresariais e economistas defendem uma resposta mais contundente e uma negociação urgente com o governo norte-americano.

“Quando um produto entra mais caro no mercado americano, ele gera inflação lá também. A pressão empresarial deve crescer para que o governo brasileiro sente com o americano e chegue a um acordo”, reforça Barigosse.

Até o momento, os EUA fecharam acordos bilaterais apenas com o Reino Unido e o Vietnã, deixando o Brasil fora das exceções. A expectativa é de que, com a mobilização do setor produtivo, o país intensifique as tratativas diplomáticas nas próximas semanas.


📌 A medida entra em vigor em 1º de agosto. Enquanto isso, o setor produtivo de Mato Grosso do Sul acompanha com apreensão os desdobramentos econômicos e políticos da decisão.

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