Lula destaca diversidade do BRICS para promover paz e defende reforma do Conselho de Segurança da ONU

Presidente Lula reforça papel do BRICS na mediação de conflitos e critica aumento de gastos militares em sessão plenária da Cúpula do Rio de Janeiro

Por Karol Peralta

Durante a sessão plenária “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global” na Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS, realizada no domingo (6), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou o papel fundamental do BRICS para mediar conflitos e contribuir para um sistema internacional mais justo e eficaz.

“Se a governança internacional não reflete a nova realidade multipolar do século XXI, cabe ao BRICS contribuir para sua atualização. Sua representatividade e diversidade o torna uma força capaz de promover a paz e de prevenir e mediar conflitos. Podemos lançar as bases de uma governança revigorada”, afirmou Lula em seu discurso.

O presidente também defendeu uma reforma abrangente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), para torná-lo mais legítimo, representativo, eficaz e democrático. “Incluir novos membros permanentes da Ásia, da África e da América Latina e do Caribe é mais do que uma questão de justiça. É garantir a própria sobrevivência da ONU”, destacou, alertando que o adiamento desse processo torna o mundo mais instável e perigoso.

Lula criticou ainda a recente decisão da OTAN de aumentar gastos militares, que alimenta uma perigosa corrida armamentista global. “É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para Assistência Oficial ao Desenvolvimento. É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz”, disse.

O presidente também manifestou preocupação com o risco de uma catástrofe nuclear, ressaltando a importância da Agência Internacional de Energia Atômica e a necessidade de preservar sua reputação.

Além disso, Lula reafirmou o repúdio do Brasil a conflitos armados em diversas regiões do mundo, como Faixa de Gaza, Ucrânia e Haiti, e destacou o Grupo de Amigos para a Paz, criado por Brasil e China, que busca soluções para o fim das hostilidades.

A cúpula do BRICS segue com discussões sobre multilateralismo, inteligência artificial, meio ambiente e saúde global, reforçando o compromisso dos países do Sul Global com uma governança internacional mais inclusiva e sustentável.

Sobre o BRICS
O BRICS é um grupo de 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, que atuam como fórum de cooperação política, econômica e social. Juntos, representam quase metade da população mundial, mais de um terço do território global e 40% do PIB mundial.

Em 2024, o comércio entre o Brasil e os países do BRICS totalizou US$ 210 bilhões, com superávit comercial brasileiro de US$ 10,4 bilhões nos primeiros seis meses de 2025.

Com a presidência brasileira em 2025, o BRICS prioriza a cooperação do Sul Global, reformas internacionais e parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, promovendo um sistema mundial mais justo e representativo.

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