BRICS defende reforma da ONU e multilateralismo em declaração da Cúpula do Rio de Janeiro

Documento oficial reforça apoio a nova governança global, celebra entrada da Indonésia e lança ações em finanças climáticas e inteligência artificial

Por Karol Peralta

Os líderes do BRICS divulgaram neste domingo (6) a Declaração da 17ª Reunião de Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro sob a presidência do Brasil. O documento oficial destaca o compromisso do bloco com o multilateralismo, a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e novas iniciativas conjuntas sobre finanças climáticas, inteligência artificial e saúde global.

“Reafirmamos nosso compromisso com o multilateralismo e a defesa do direito internacional, incluindo os Propósitos e Princípios consagrados na Carta das Nações Unidas (ONU), em sua totalidade”, diz o documento.

🛡️ Reforma do Conselho de Segurança da ONU

A declaração cobra uma reforma ampla da ONU, com foco na modernização do Conselho de Segurança, a fim de torná-lo mais representativo diante dos desafios globais atuais. Os líderes argumentam que países da África, Ásia e América Latina — especialmente os membros do BRICS — devem ter maior protagonismo nos assuntos internacionais.

🌐 Entrada da Indonésia e expansão do bloco

Outro ponto central foi a entrada da Indonésia como membro pleno do BRICS, elevando para 11 o número de países integrantes. O grupo também reconheceu dez países parceiros, entre eles Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

🌱 Clima, tecnologia e saúde no centro das decisões

A Cúpula aprovou:

  • A Declaração-Marco dos Líderes do BRICS sobre Finanças Climáticas
  • A Declaração sobre Governança Global da Inteligência Artificial
  • O lançamento da Parceria do BRICS para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas

Essas ações visam responder de forma integrada e sustentável aos desafios globais emergentes, como mudanças climáticas, desigualdades sociais e avanços tecnológicos.

📅 Agenda intensa e foco em cooperação

As sessões da cúpula abordaram temas como:

  • Reforma da governança global
  • Economia e inteligência artificial
  • Paz e segurança internacional
  • Meio ambiente, COP30 e saúde global

Durante a abertura do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o potencial do BRICS na promoção da paz e na mediação de conflitos, destacando a diversidade como força estratégica.

📈 Força econômica do bloco e relação com o Brasil

  • Os 11 países do BRICS representam 48% da população mundial, 40% do PIB global e 21,6% do comércio internacional.
  • Em 2024, o comércio do Brasil com os países do BRICS somou US$ 210 bilhões, com destaque para exportações de soja, petróleo, minério de ferro e carne bovina.
  • De janeiro a junho de 2025, o intercâmbio comercial entre o Brasil e o bloco foi de US$ 107,6 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 10,4 bilhões.

🏛️ Presidência brasileira no BRICS 2025

Com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, a presidência brasileira foca em diálogo político, justiça social, desenvolvimento sustentável e ampliação da representatividade internacional.

O Brasil pretende liderar discussões sobre reformas na governança global, avanço em políticas públicas compartilhadas e integração entre nações emergentes.

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