
Médicos indonésios revelam que brasileira sofreu traumatismo por força contundente após queda durante trilha no Monte Rinjani
Por Karol Peralta
A autópsia realizada no corpo da brasileira Juliana Marins, de 22 anos, que morreu no último sábado (21) durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, confirmou que a causa da morte foi traumatismo por força contundente. A jovem escorregou enquanto realizava a escalada do vulcão e sofreu uma queda fatal.
Segundo os médicos legistas responsáveis pelo exame, o impacto provocou múltiplas fraturas e danos extensos aos órgãos internos, especialmente na região torácica e abdominal. O laudo aponta que Juliana morreu rapidamente após o trauma, em um período estimado de até 20 minutos após sofrer a lesão mais grave.
📋 Queda violenta e morte súbita
De acordo com os peritos, as lesões compatíveis com abrasão e deslizamento indicam que o corpo foi submetido a grande impacto em uma superfície sólida, como encostas rochosas do local. A área mais afetada foi a coluna e dorso, que sofreu lesões que comprometeram órgãos relacionados à respiração.
Embora tenham sido encontradas lesões na cabeça, a região posterior do tronco foi a responsável pelo quadro mais crítico, somando-se às demais fraturas.
A hipótese de hipotermia foi descartada, já que os sinais corporais e a quantidade de sangue indicam que a morte foi consequência direta do trauma e não de exposição ao frio.
🔬 Exames complementares
O resultado divulgado ainda é considerado provisório, pois aguarda a conclusão dos exames toxicológicos, que são de praxe nesse tipo de caso. A previsão é que eles fiquem prontos em até duas semanas.
No entanto, segundo os legistas, não há suspeita de ingestão de substâncias ou causas externas relacionadas ao óbito.
O tempo estimado da morte, com base nos sinais cadavéricos como rigidez e livores, foi de 12 a 24 horas antes da realização da autópsia. Contudo, o armazenamento prévio do corpo em freezer pode influenciar essa estimativa.
🇧🇷 Mobilização no Brasil
O caso de Juliana comoveu o país e gerou ampla repercussão nas redes sociais. A jovem, natural do Rio de Janeiro, estava em viagem pela Ásia e publicava registros de suas aventuras. Após o acidente, uma campanha nas redes sociais mobilizou amigos, familiares e autoridades.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a conversar com o pai de Juliana por telefone e se comprometeu a auxiliar no traslado do corpo ao Brasil. Em seguida, assinou o Decreto nº 12.535, autorizando o Governo Federal a, em caráter excepcional, custear o traslado de brasileiros falecidos no exterior — especialmente em casos de comoção nacional, como o da jovem.
O corpo de Juliana será repatriado nos próximos dias, com apoio do Ministério das Relações Exteriores. A família agora aguarda os trâmites finais para o sepultamento no Brasil.