
Ação conjunta entre Brasil e Bolívia prende foragido ligado a esquema internacional de lavagem de dinheiro; Polícia Federal atuou com apoio da Interpol.
Por Karol Peralta
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, classificou como uma “vitória contra o crime organizado” a prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, realizada em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. O foragido, considerado um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro, estava na lista vermelha da Interpol desde 2020.
🗣️ “O governo brasileiro teve uma vitória muito importante em sua luta contra o crime organizado”, afirmou o ministro durante coletiva nesta segunda-feira (19). “Trata-se de um delinquente de alta periculosidade, ligado a uma importante facção criminosa brasileira.”
Segundo Lewandowski, a prisão foi possível graças à articulação entre diversos órgãos do Governo Federal, com destaque para a atuação coordenada entre a Polícia Federal, a Interpol e o governo da Bolívia.
✈️ Expulsão imediata e cooperação internacional
Dada a periculosidade de Tuta e o risco de fuga, optou-se por realizar a expulsão imediata do criminoso da Bolívia, permitindo que ele fosse entregue diretamente às autoridades brasileiras. A Polícia Federal enviou uma aeronave para realizar o transporte até Brasília, onde ele ficará sob custódia.
“O presidente da República foi informado imediatamente e determinou que o Itamaraty fosse envolvido na negociação para trazer esse criminoso ao Brasil”, explicou o ministro.
Lewandowski destacou a solidez da cooperação internacional, ressaltando que a Bolívia é membro do Mercosul e mantém tratados de colaboração em segurança pública com o Brasil.
🕵️♂️ Identificação biométrica em tempo real
A prisão de Tuta também evidenciou o uso da tecnologia biométrica no combate ao crime. A Interpol em Brasília foi acionada para checar as bases de dados internacionais e confirmou a identidade de Tuta, que se apresentava com documento falso.
“Conseguimos confirmar quase em tempo real quem era, de fato, aquela pessoa detida na Bolívia. Isso deu segurança para que a prisão fosse realizada”, explicou Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal.
Após a confirmação, Tuta foi conduzido à delegacia brasileira para procedimentos legais e embarcado rumo à capital federal.
🧠 Investigações e integração nacional
As investigações que levaram à prisão do criminoso tiveram origem no Ministério Público de São Paulo. O ministro destacou a importância da integração entre forças locais e federais, algo que é defendido no projeto da PEC da Segurança, atualmente em tramitação no Congresso Nacional.
🌐 Interpol e base global de dados
O secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza, explicou que Tuta já constava na base da organização desde 2020 e que a troca de dados biométricos foi fundamental para a operação.
“A Polícia Federal brasileira participa do Centro Biométrico da Interpol, o que permitiu o compartilhamento quase em tempo real das informações que identificaram o criminoso com precisão”, afirmou.
A prisão de Tuta representa mais do que a captura de um criminoso: é uma demonstração da força do sistema de segurança brasileiro e da eficiência das alianças internacionais. Para Lewandowski, a operação é um marco da nova política de combate ao crime organizado.
“Essa foi uma resposta firme do Estado brasileiro, e também uma demonstração de que o crime, por mais que tente se esconder, não tem fronteiras que o protejam”, finalizou o ministro.