Trabalho doméstico formal passa por transformação no Brasil com aumento da escolaridade e envelhecimento da força de trabalho

Estudo inédito do Ministério do Trabalho mostra que trabalhadores domésticos têm escolaridade mais alta, são majoritariamente mulheres negras e estão envelhecendo; número de vínculos formais caiu quase 20% entre 2015 e 2024

Por Karol Peralta

👩🏽‍🏫👨🏾‍🍳 Um estudo inédito divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revela que o setor do trabalho doméstico formal no Brasil está em plena transformação. Entre 2015 e 2024, a escolaridade média dos trabalhadores aumentou significativamente, enquanto o número de vínculos formais apresentou queda de quase 300 mil.

🔍 A análise, baseada em dados do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), destaca que a proporção de trabalhadores com ensino médio completo subiu de 28,5% para 40,9% no período. Já aqueles com ensino superior aumentaram em 70,8%, enquanto os sem instrução diminuíram em 46,8%.

📉 O número total de vínculos formais caiu de 1.640.609 em 2015 para 1.343.787 em 2024, uma redução de 18,1%. Apenas Roraima, Tocantins e Mato Grosso não apresentaram queda. Os estados com maiores reduções foram Rio Grande do Sul (-27,1%), Rio de Janeiro (-26,1%) e São Paulo (-21,7%).

🦠 A pandemia de COVID-19 também teve papel importante nessa dinâmica. Medidas de isolamento e mudanças sociais impactaram diretamente a contratação no setor, dificultando sua recuperação nos anos seguintes.

👵🏽 Outro dado relevante do estudo é o envelhecimento da força de trabalho. Em 2024, 45% dos trabalhadores domésticos formais tinham 50 anos ou mais. Já os vínculos entre jovens de 30 a 39 anos caíram 47,3%, indicando menor presença das novas gerações na profissão.

👩🏾 O perfil segue majoritariamente feminino (89%) e negro (54,4%, somando pretos e pardos). A remuneração média mensal cresceu 6,7%, passando de R$ 1.758,68 para R$ 1.875,94, com a maioria atuando em jornadas acima de 40 horas semanais.

🏡 Entre as ocupações mais comuns estão: empregado doméstico nos serviços gerais (76,8%), babá (9,1%), cuidador de idosos (5,8%), motorista de carro de passeio (1,5%) e cozinheiro do serviço doméstico.

📚 O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, destacou que, embora haja avanços, ainda é necessário ampliar a formalização e a proteção social. “Precisamos garantir que todas as trabalhadoras domésticas tenham acesso à previdência e à aposentadoria”, disse.

👩🏽‍💼 Segundo Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas do MTE, o levantamento é essencial para criar políticas públicas mais eficazes. “Esses dados ajudam a entender melhor a realidade da categoria e a construir soluções mais justas”, afirmou.

🔔 Com a criação do eSocial Doméstico, o governo federal tem buscado facilitar a formalização e o cumprimento das obrigações legais. Além disso, o painel apresentado serve como ferramenta para ampliar a conscientização da população sobre a importância do trabalho de cuidado e serviços domésticos.

💬 A expectativa do MTE é que o estudo ajude a impulsionar ações voltadas para o reconhecimento, valorização e proteção dos trabalhadores domésticos no Brasil, especialmente mulheres negras que compõem a maior parte da categoria.

Compartilhe esta postagem:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *