
Operação “Pantanal Terra Nullius” investiga esquema milionário de grilagem de terras da União com envolvimento de servidores da Agraer e empresários em Campo Grande e Rio Brilhante.
Por Karol Peralta
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8) a operação Pantanal Terra Nullius, que desmantela um esquema de grilagem de terras da União no Pantanal sul-mato-grossense. A ação aconteceu simultaneamente em Campo Grande e Rio Brilhante, com foco em alvos de alto poder aquisitivo.
🔍 Durante o cumprimento dos 11 mandados de busca e apreensão, agentes federais apreenderam carros de luxo, relógios de alto valor e R$600 mil em espécie. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores que superam os R$ 3 milhões.
O grupo investigado teria fraudado documentos, com ajuda de servidores públicos da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), para se apropriar de áreas localizadas no Parque Estadual do Rio Negro, uma das regiões de maior relevância ambiental do Pantanal.
👥 Os alvos da operação incluem empresários, engenheiros e funcionários públicos. Nove pessoas estão entre os investigados:
- Mário Maurício Vasques Beltrão – engenheiro cartógrafo, sócio da Toposat Engenharia Ltda.
- Bruna Feitosa Beltrão Novaes – engenheira sanitarista, sócia da Toposat
- Gustavo Feitosa Beltrão – advogado com atuação nas áreas agrária e ambiental
- Nelson Luis Moia – ligado à empresa Toposat
- Elizabeth Peron Coelho – empresária e pecuarista
- André Nogueira Borges – ex-diretor-presidente da Agraer
- Evandro Efigênio Rodrigues – funcionário da Agraer
- Jadir Bocato – gerente de Regularização Fundiária da Agraer
- Josué Ferreira Caetano – funcionário da Agraer
📁 As investigações apontam que o grupo utilizava laudos falsos e informações adulteradas para regularizar propriedades rurais em áreas públicas, beneficiando-se de maneira ilícita com a valorização dos imóveis.
📣 Posicionamento oficial:
Em nota, o governo de Mato Grosso do Sul informou que acompanha e colabora com a Polícia Federal na operação. Afirmou ainda que tomará todas as medidas cabíveis, reforçando o compromisso com a transparência e legalidade nos atos públicos.
🗣️ Resposta dos investigados:
Até o momento, os principais alvos não se manifestaram. A reportagem também não obteve retorno da empresa Toposat Engenharia Ltda. A Agraer afirmou que o servidor Evandro Rodrigues não irá se pronunciar.
🌿 A operação levanta um alerta sobre os riscos à preservação ambiental e os efeitos da corrupção em áreas sensíveis como o Pantanal, patrimônio natural da humanidade.