
Com apoio do Fundo Amazônia e Ministério do Meio Ambiente, ações como Floresta Viva e Restaura Amazônia impulsionam restauração ecológica e combate ao desmatamento
Por Karol Peralta
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu um marco histórico ao ultrapassar R$ 650 milhões em investimentos não reembolsáveis voltados à restauração ecológica desde 2023. Os recursos fazem parte de ações que fortalecem a agenda ambiental do país e estão concentrados em três frentes principais: Floresta Viva, Restaura Amazônia e Florestas do Bem-Estar.
As iniciativas são financiadas por meio do Fundo Socioambiental do BNDES e do Fundo Amazônia, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O objetivo é claro: restaurar ecossistemas degradados, promover a biodiversidade e gerar emprego e renda nas regiões mais vulneráveis.
Floresta Viva: recuperação de biomas diversos
No programa Floresta Viva, foram aprovados R$ 231 milhões em oito editais, com ações previstas para recuperar cerca de 15 mil hectares em importantes ecossistemas brasileiros, como Manguezal, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga. As iniciativas envolvem organizações da sociedade civil e poder público, com foco na utilização de espécies nativas e práticas sustentáveis.
Restaura Amazônia: conservação com inclusão social
O Restaura Amazônia, uma das principais frentes do BNDES para a Amazônia Legal, já lançou nove editais desde dezembro de 2024, somando R$ 400 milhões. O programa atua na contenção do desmatamento e geração de renda local, com projetos que abrangem terras indígenas, unidades de conservação, assentamentos rurais, comunidades tradicionais e áreas públicas não destinadas.
As ações incluem reflorestamento, construção de viveiros, coleta de sementes e capacitação de mão de obra local para o plantio e o manejo sustentável.
Florestas do Bem-Estar: foco na Amazônia Legal
Com orçamento de R$ 23 milhões, a iniciativa Florestas do Bem-Estar selecionará até dez projetos de restauração com espécies nativas em uma área de 1,5 mil hectares, exclusivamente dentro da Amazônia Legal. A ação busca não apenas benefícios ambientais, mas também qualidade de vida para as comunidades envolvidas.
Apoio ao clima: Fundo Amazônia e Fundo Clima
O Fundo Amazônia, recriado em 2023 após quatro anos de paralisação, foi essencial para viabilizar esses investimentos. Criado em 2008, o fundo financia projetos voltados ao combate ao desmatamento e à conservação da Amazônia, sob coordenação do MMA. De acordo com a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, só nos últimos anos foram investidos mais de R$ 500 milhões em florestas nativas por meio do fundo.
Outra fonte relevante é o Fundo Clima, que aprovou R$ 395 milhões em crédito para projetos de restauração florestal. O fundo é um instrumento da Política Nacional sobre Mudança do Clima, com foco na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Um banco mais verde
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os números demonstram que o banco está cada vez mais comprometido com a sustentabilidade:
“A temperatura do planeta aumentou 1,5º nos últimos 20 meses, meta prevista apenas para 2030. Restaurar florestas é um dos caminhos mais eficazes para enfrentar a crise climática. E o BNDES avança como o banco que mais investe em energia renovável e agora também em restauração ambiental.”
As ações do BNDES representam não apenas um avanço nas políticas ambientais brasileiras, mas também um compromisso com o futuro sustentável e com a preservação dos biomas e da biodiversidade nacional.