
Nova ministra destaca continuidade dos avanços e integração com outras pastas para garantir direitos das mulheres no Brasil
Por Karol Peralta
Nesta segunda-feira (5), a assistente social e professora Márcia Lopes foi oficialmente empossada como a nova ministra das Mulheres, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. Ela sucede Cida Gonçalves, que esteve à frente da pasta desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.
Em sua primeira fala oficial como ministra, Márcia ressaltou o compromisso com o fortalecimento das políticas públicas voltadas às mulheres, destacando a necessidade de diálogo interministerial e o papel fundamental do movimento feminista no Brasil.
“É uma grande alegria e eu sei da minha tarefa, mas não vou fazer sozinha. Conto com uma equipe competente, dedicada, apaixonada e bom astral que acredita no movimento de mulheres, no movimento feminista”, afirmou Márcia Lopes. “Esse ministério tem o absoluto dever de defender intransigentemente os direitos das mulheres”.
Ela também pontuou que vai buscar articulação com ministérios como Saúde, Educação, Cultura, Agricultura, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento e Assistência Social, para construir ações conjuntas que atendam às mais de 104 milhões de mulheres brasileiras.
Continuidade e conquistas
Durante a cerimônia, Cida Gonçalves fez um balanço da sua gestão e defendeu a importância da existência de um ministério específico para tratar das pautas femininas. “As mulheres têm um papel estratégico na construção da democracia brasileira, na governabilidade e no processo de construção de representatividade”, declarou.
A ex-ministra lembrou que o Brasil atravessou um período de retrocessos nos direitos das mulheres e destacou as conquistas recentes. “Tiramos a maioria das mulheres da situação de pobreza. Pegamos um país completamente parado, onde as mulheres foram violadas durante seis anos. O que fizemos, e continuará a ser feito é recuperar a dignidade, o respeito e a cidadania das mulheres”.
Trajetória de comprometimento com o social
Natural de Londrina (PR), Márcia Helena Carvalho Lopes é assistente social com especialização na área da infância e juventude, além de mestrado em Serviço Social pela PUC-SP. Foi professora do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina por 30 anos e acumula uma trajetória de décadas na gestão de políticas públicas e participação social.
Ela já atuou como ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em 2010, também durante o governo Lula, e ocupou os cargos de secretária-executiva e secretária nacional de Assistência Social entre 2004 e 2007. Foi vereadora em Londrina, secretária municipal de Assistência Social e participou da construção do programa Fome Zero, coordenando um grupo de trabalho com 13 ministérios por cinco anos.
Desafios e próximos passos
Entre os principais desafios da nova ministra está o avanço no enfrentamento à violência contra as mulheres, a ampliação das ações de empoderamento econômico feminino, a promoção da igualdade de gênero no mercado de trabalho e o fortalecimento de políticas públicas voltadas às mulheres negras, indígenas, trans, quilombolas e periféricas.
Com experiência, compromisso e visão integrada de governo, Márcia Lopes assume a liderança da pasta com a missão de ampliar a presença e o protagonismo das mulheres na sociedade brasileira.