Café, chapas laminadas e itens da indústria química serão os primeiros a receber o Selo Verde Brasil, voltado à descarbonização e acesso a mercados sustentáveis

Por Karol Peralta
O governo federal definiu nesta semana os primeiros produtos que passarão pela certificação do Programa Selo Verde Brasil. Em reunião realizada na última terça-feira (08/04), o Comitê Gestor e o Comitê Consultivo da iniciativa selecionaram os produtos-pilotos dos setores alimentício e de transformação. A escolha marca um novo momento para a promoção da sustentabilidade na indústria brasileira.
Liderada pela Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a ação vai usar como base inicial os seguintes itens: café torrado e moído, chapas laminadas e sete produtos da indústria química.
Segundo o diretor de Novas Economias da SEV/MDIC, Lucas Ramalho, a escolha se baseou em três pilares principais:
🔹 Facilitar o acesso a novos mercados, especialmente os que impõem barreiras não tarifárias;
🔹 Apoiar as compras públicas sustentáveis;
🔹 Contribuir diretamente para o processo de descarbonização da indústria brasileira.
Produtos escolhidos
Além do café e das chapas laminadas, selecionados por apresentarem baixa pegada de carbono, a proposta da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) foi aprovada e incluirá sete produtos químicos no projeto-piloto. Entre eles:
Oleoquímicos:
- Solventes (augeo)
- Ácidos/álcoois graxos
- Polióis de origem vegetal
Alcoolquímicos:
- Eteno verde
- Polietileno verde
- Álcool isoamílico
- Acetato isoamílico
Certificação até o fim de 2025
A certificação será conduzida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estima um prazo de até 240 dias (8 meses) para concluir a elaboração das normas técnicas. A expectativa é que os produtos-pilotos recebam oficialmente o Selo Verde Brasil até novembro de 2025.
O que é o Selo Verde Brasil?
Instituído em junho de 2024, o Programa Selo Verde Brasil tem como objetivo estabelecer uma certificação oficial para produtos e serviços sustentáveis no país. A adesão é voluntária, mas estratégica: a certificação atende requisitos ambientais e pode abrir portas para mercados internacionais com exigências cada vez mais rígidas.
O programa também está alinhado à Missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB), que trata da transição energética, bioeconomia e segurança ambiental. Com base em padrões nacionais e internacionais, o Selo Verde também será compatível com políticas como o Plano de Transformação Ecológica, Taxonomia Sustentável e outros instrumentos de fomento à sustentabilidade.
Próximos passos e impacto esperado
O governo aposta na certificação como um diferencial competitivo e sustentável para a indústria brasileira. Além de aumentar a visibilidade de produtos nacionais no mercado externo, a proposta busca estimular práticas mais verdes e responsáveis, promovendo o Brasil como um dos protagonistas na economia de baixo carbono.