Vítima teria pedido ajuda horas antes do ataque; caso é investigado como violência doméstica e familiar

Por Karol Peralta
A família de Aline Barreto da Silva, de 33 anos, morta no último domingo (14) em Ribas do Rio Pardo, denuncia que a vítima não recebeu atendimento policial após pedir ajuda horas antes de ser atacada pelo ex-marido. O caso é investigado como feminicídio no contexto de violência doméstica e familiar e soma o 39º registro do crime em Mato Grosso do Sul em 2025.
Segundo relato de Bruna Barreto, irmã de Aline, a vítima entrou em contato com a polícia para relatar uma discussão com o ex-companheiro, mas nenhuma equipe foi enviada ao local. “A polícia não foi quando ela ligou. Foi muita negligência”, afirmou em entrevista.
De acordo com a família, foram os próprios pais de Aline que encontraram a filha ferida e a levaram ao hospital. A jovem não resistiu aos ferimentos.
Conforme já divulgado, Aline havia acionado o 190 horas antes do ataque, buscando ajuda após um novo episódio de conflito com o ex-marido. O crime ocorreu na residência da vítima, onde ela já vivia separada do agressor.
Histórico de violência e perseguição
Segundo Bruna, o comportamento violento do suspeito não era recente. Aline e Marcelo Augusto Vinciguerra ficaram casados por 11 anos e estavam separados havia cerca de um ano. Três dos quatro filhos da vítima são fruto do relacionamento.
“Ele sempre foi muito agressivo e ciumento, e ela já denunciou ele várias vezes. Que eu saiba, pelo menos três vezes ela prestou queixa”, relatou a irmã. Mesmo após o fim do casamento, a perseguição teria continuado, com agressões registradas tanto durante quanto depois da separação.
Ainda segundo a família, o ataque ocorreu dentro da casa de Aline. “Onde ela morreu era a casa dela”, afirmou Bruna, reforçando que a vítima já não mantinha convivência com o agressor.
Mais um caso de feminicídio em 2025
A morte de Aline é o 39º caso de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025. O número já coloca o ano como o terceiro mais violento desde a criação da Lei do Feminicídio, em 2015, ficando atrás apenas de 2020 e 2022.
A reportagem procurou a Polícia Militar para comentar a denúncia da família sobre a suposta falha no atendimento após o pedido de socorro e aguarda retorno para esclarecimentos.





