A segunda edição do Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, segue proporcionando debates, oficinas e exibições de filmes sul-americanos, com uma ampla programação, com produções cinematográficas brasileiras, da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Ampliando o leque de atividades em comparação ao ano passado, a segunda edição oferece aos presentes e à população local quatro oficinas inteiramente gratuitas em áreas estratégicas para pensar o ecossistema do audiovisual (oficina de roteiro – ministrada por José Eduardo Belmonte; oficina de assistência de direção ministrada pela diretora Marianne Macedo Martins; oficina de interpretação para cinema e TV, ministrada por Luciana Martuchelli e oficina de produção executiva, ministrada por Camilo Cavalcanti). Desse modo, o festival se alinha a outros do gênero, no sentido de também cumprir uma função na cadeia do pensamento, permitindo que uma região pouco assistida nessa seara da formação tenha a oportunidade de interagir e assimilar conhecimentos com profissionais renomados na área.
Na quinta-feira (25), o evento chegou ao sétimo dia com uma programação intensa e diversificada. Às 10h30, teve início o debate da Mostra Competitiva sul-americana na Câmara Municipal de Bonito que contou com a participação do curador José Geraldo Couto, além de Valu Vasconcelos, produtor brasileiro do longa de animação “A Outra Forma” (Colômbia, Brasil, 2023, 100min), dirigido por Felipe Guzmán Ramirez, e teve a presença da cineasta Fernanda Faya, diretora de Neirud (Brasil, 2023, 71 min). Em seguida, foi a vez do debate com a curadora Elis Regina, Malena Blanco, diretora de “Somos y seremos mar” (Argentina, 2024, 78 min) e Kerly Menezes, diretora de “La Cadena” (Equador, 2023, 18 min).
Às 15h, foi realizada a mesa de debate sobre O CINEMA ARGENTINO E A INTERRUPÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, na Câmara Municipal de Bonito, com a produtora Cecília Diez, do Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales (INCAA – AR). Em seguida, teve início a Mesa A REPRESENTATIVIDADE INDÍGENA NO CINEMA SUL-AMERICANO, com Gleicielly Nonato Guató (BR), Jade Rainho (BR), Mukutsawa Aguasanta Montahuano Usigua (EC) e Malena Blanco (AR).
Às 18h30, a Mostra Competitiva de Filme Ambiental exibiu o curta WHERE ARE YOU FROM? (Uruguai, 2023, 2 min), de Juan Cristiani, uma animação 3D envolvente que explora a urgência das questões ambientais e a esperança para o futuro. Em seguida, foi projetado o documentário ALLPAMANDA (Equador, 2023, 93min), do Coletivo Tawna, representado por Mukutsawa Aguasanta Montahuano Usigua que apresentou a sessão. O filme conta a história do movimento indígena amazônico no Equador desde 1980.
Às 20h30, teve início a competição Sul-americana com a exibição do curta À NOITE TODOS OS GATOS SÃO PARDOS (Brasil, 2024, 17 min), de Matheus Moura. O filme mostra que a noite de Belo Horizonte, é uma cápsula do tempo que relativiza a passagem, turva os sentidos e recosta as definições de futuro na vida do jovem Júnior – que não vê a hora de se emancipar de absolutamente tudo. Em seguida, foi projetado o longa argentino LAS FIERAS (Argentina, 2023, 75 min), do diretor Juan Agostin Flores que mostra Julián e sua esposa Clara quando retornam à sua cidade natal para cuidar do pai moribundo. O diretor esteve presente e agradeceu ao Festival pelo convite: “agradeço ao Festival Bonito Cinesur pela gentileza e pelo convite para apresentar o filme pela primeira vez no Brasil. É uma obra que trata de uma disputa pelas terras, no sul da Patagônia. Espero que gostem e lhes agradeço por toda a difusão. Viva o cinema sul-americano”!
Enquanto isso, o mais novo espaço exibidor do festival, o Cine Bonito, composto por uma estrutura com telona e sistema de som 5.1 montada no Centro de Múltiplo Uso (CMU), recebeu na noite do dia 25/07 mais de 60 pessoas para a exibição da animação “Bizarros Peixes das Fossas Abissais” (Brasil, 2023, 115 min), do premiado diretor Marão. O inventivo longa mostra uma heroína com poderes de metamorfose e sua jornada pelo oceano em busca de algo muito precioso.
A segunda edição do Bonito CineSur é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura, em parceria com o Ministério da Cultura (Governo Federal), com a emenda parlamentar do deputado Vander Loubet. Conta com patrocínio do Banco do Brasil, Agência Nacional do Cinema (Ancine), Correios, Caixa Econômica Federal e apoio da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FUNDTUR), Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (SETESC) – Governo do Mato Grosso do Sul.
Confira os destaques da programação para os próximos dias:
26 de Julho
10h30 – DEBATE DA MOSTRA COMPETITIVA INTERNACIONAL SUL-AMERICANA E AMBIENTAL, na Câmara Municipal de Bonito, com José Geraldo Couto, Elis Regina Nogueira e equipe dos filmes.
18h30 – Mostras Competitivas Filme Ambiental Curta-Metragem e Longa-Metragem
Centro de Convenções de Bonito – Auditório Kadiwéu
A MENINA E O MAR – Brasil, 2023, Gabriel Mellin, 19 min, Ficção, Livre / A história de duas crianças brasileiras que descobrem a beleza e os desafios do mar.
TUPUNGATO – Chile, 2023, Rafael Pease, 74 min, Documentário / Uma expedição ao vulcão Tupungato, no Chile, transforma-se em uma batalha pela conservação ambiental e direitos sociais.
27 de Julho
10h30 – DEBATE MOSTRA COMPETITIVA CINEMA AMBIENTAL, na Câmara Municipal de Bonito, com Elis Regina Nogueira e equipe dos filmes.
16h30 – SESSÃO ESPECIAL
Centro de Convenções de Bonito – Auditório Kadiwéu
TERCEIRO MILÊNIO – Brasil, 1981, Jorge Bodanzky, 94 min 15 seg, Livre / A potencialidade econômica do Amazonas e seus desvios: a corrupção na política indigenista e a presença de fábricas poluidoras. Após a sessão haverá uma conversa com o diretor Jorge Bodanzky.
20h00 – PREMIAÇÃO TROFÉU PANTANAL Para os vencedores das Mostras Competitivas
Centro de Convenções de Bonito – Auditório Kadiwéu
Realização: Associação Amigos do Cinema e da Cultura
A Associação Amigos do Cinema e da Cultura é uma entidade privada sem fins lucrativos, fundada em 2007, que desenvolve projetos culturais, educacionais e de formação há mais de 15 anos. Entre as atividades realizadas, destacam-se os projetos Cinesurdo; Vídeo Índio Brasil; A Escola no Cinema; Diálogos Contemporâneos; Circuito Popular de Cinema do Ceará; e Cinema nas Escolas; Festival da Juventude. Sua experiência e capacidade técnica para o desenvolvimento e realização de atividades na área do cinema, bem como em formação, educação e cultura em geral, já foram atestadas pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa do Distrito Federal e pela Universidade de Brasília.
Nilson Rodrigues: Diretor do Festival
Produtor dos filmes “O outro lado do paraíso”, de André Ristum (2014), e “O pastor e o guerrilheiro”, de José Eduardo Belmonte (2023). Foi diretor do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (1995, 1997, 1998 e 2011) e do Festival Internacional de Cinema de Brasília – Brazilian International Film Festival (2012 a 2017).
Curadores
Mostra de Longas sul-americanos: José Geraldo Couto, Andréa Cals e Marcela Lordy
Mostra de Curtas sul-americanos: Jade Rainho, Belchior Cabral e Luis Guilherme Moreira Batista
Mostra de Longas e Curtas de cinema ambiental: Elis Regina Nogueira
Mostra de Filmes sul-mato-grossenses: Marcos Pierry
Mostra Infanto Juvenil no Cine Bonito: Luciana Druzina
Pré-estreias / sessões especiais no Cine Bonito: Carmen Galera
BONITO CINESUR – FESTIVAL DE CINEMA SUL-AMERICANO
Data: de 19 a 27 de julho de 2024
Locais de realização: Centro de Convenções, Câmara Municipal e Centro de Múltiplo Uso (CMU) de Bonito.
Centro de Convenções de Bonito: Rodovia MS-178, Km 2;
Cine Bonito – Centro de Múltiplo Uso (CMU): Av. Paulo VI, 50 – BNH (Vila Recreio, Jardim Andreia);
Câmara Municipal de Bonito: Rua Nelson Felício dos Santos, 1000.